STF promove evento com influenciadores digitais visando manipular percepção pública sobre a Corte
- Núcleo de Notícias

- 14 de ago.
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Informação sobre custeio do evento não havia sido divulgada oficialmente e expõe cumplicidade do YouTube e da OAB com o STF

O Supremo Tribunal Federal realizou, na quarta (13) e quinta-feira (14), a segunda edição do evento “Leis e Likes: O Papel do Judiciário e a Influência Digital”, reunindo 26 influenciadores digitais de diferentes nichos e regiões do país. A iniciativa, que ocorre em meio a atritos institucionais e críticas à atuação da Corte, foi apresentada oficialmente como uma ação sem custos para o tribunal e sem pagamento de cachê aos participantes.
No entanto, uma declaração da influenciadora Cecília Dassi, convidada do encontro, revelou um dado até então não informado publicamente: o custeio das despesas dos influenciadores foi financiado por meio do projeto Redes Cordiais, parceiro do STF, com recursos provenientes de instituições privadas como o YouTube, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e o Instituto Justiça e Cidadania (IJC). O envolvimento de grandes plataformas digitais e de entidades de classe não havia sido divulgado previamente.
Segundo a influenciadora Cecília Dassi, não houve imposição para que os convidados produzissem conteúdo sobre o evento, mas a proposta seria promover diálogo direto com a magistratura e "ampliar a compreensão pública sobre o trabalho do Judiciário". A programação incluiu visitas guiadas, acompanhamento de sessões e rodas de conversa com ministros, incluindo Alexandre de Moraes. Os temas abordados passaram por "polarização política, liberdade de expressão, inteligência artificial e combate à desinformação".
Apesar da justificativa institucional, a revelação sobre o financiamento privado ganhou destaque nas redes sociais, alimentando críticas de que a Corte estaria tentando melhorar sua imagem por meio de influenciadores e com recursos de entidades externas. A primeira edição do “Leis e Likes”, realizada em 2024, teria resultado, segundo pesquisas, em aumento na avaliação positiva do tribunal engajamento favorável nas redes.



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