Traficantes paralisam aeroporto de Guarulhos com o uso de drones
- Núcleo de Notícias
- 12 de jun.
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Pousos e decolagens ficaram suspensos por 46 minutos; traficantes usaram drones para monitorar ação da PF e fugiram após abandonar 165 kg de cocaína

Na noite de quarta-feira (11), o Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior e mais movimentado do país, teve suas operações interrompidas por 46 minutos devido à presença de drones não autorizados sobrevoando a área próxima à pista. A interferência resultou no cancelamento de seis voos e no impacto direto a outros 35.
A Polícia Federal revelou que a ação criminosa foi orquestrada por traficantes de drogas que tentavam introduzir no terminal três pacotes com cerca de 55 kg de cocaína cada, totalizando 165 kg da substância. A operação foi frustrada, mas os criminosos conseguiram escapar após lançar drones com o objetivo de vigiar os movimentos das viaturas policiais.
O uso de drones neste contexto representa uma escalada na sofisticação do narcotráfico. Segundo a PF, há meses já se conhece uma rota clandestina entre uma favela vizinha e a área restrita do terminal de Cumbica. A tentativa desta quarta-feira evidencia não apenas a ousadia das quadrilhas, mas também a fragilidade do aparato estatal de monitoramento aéreo e terrestre em uma das infraestruturas mais críticas do país.
Vídeos e áudios registrados por canais especializados em aviação, mostram a perplexidade dos controladores de tráfego aéreo diante da situação. Às 22h43, um funcionário da torre alertava pilotos para aguardar devido à presença de pelo menos três drones. A liberação parcial das operações ocorreu às 23h17, mas, menos de 10 minutos depois, o aeroporto foi novamente fechado. Apenas por volta das 23h40 os voos voltaram à normalidade.
A concessionária GRU Airport confirmou que acionou as autoridades imediatamente e destacou o risco que a presença de drones representa para a aviação civil. A Polícia Militar enviou o helicóptero Águia à região, mas não conseguiu confirmar visualmente os aparelhos no momento da inspeção aérea. Apesar disso, os prejuízos foram evidentes: passageiros enfrentaram horas de incerteza e remarcações, com muitos passando a madrugada no terminal.
Companhias aéreas também contabilizaram os danos. A Latam foi a mais impactada, com mais de 20 voos afetados. A Gol cancelou dois e precisou redirecionar outros 10. Já a Azul relatou dois voos alternados. O caos vivido em Guarulhos foi apenas a face mais visível de uma realidade perigosa: o crime organizado está se apropriando de tecnologias avançadas para desafiar a autoridade do Estado e comprometer a segurança nacional.
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