Economia em Xeque
- Carlos Dias

- 16 de set.
- 3 min de leitura

A análise dos dados mais recentes não apenas confirma a desaceleração, mas escancara a fragilidade estrutural que assola a economia brasileira. O recuo de 0,5% no IBC-Br em julho de 2025, um sinal inequívoco da perda de tração econômica, e a projeção de estagnação apontada no Boletim Focus, revelam uma realidade preocupante. Isso reflete escolhas políticas e econômicas equivocadas, reminiscentes de um intervencionismo estatal que já se provou falho. O que vemos hoje é a colheita amarga de políticas baseadas na expansão descontrolada dos gastos públicos, na desconfiança do setor privado e na repetição de velhas fórmulas que há muito foram abandonadas por nações que buscam prosperidade.
A cada nova decisão que desrespeita o teto de gastos, que ignora a necessidade de reformas fiscais profundas e que insiste em subsidiar setores ineficientes, a confiança dos investidores desmorona um pouco mais. O resultado? Juros altíssimos, com a Selic mantida em 15% ao ano, o maior nível em 20 anos, como uma medida desesperada para tentar conter uma inflação resiliente, projetada em 4,83% para 2025. Além de uma carga tributária perto de 34% do PIB que estrangula a produção e o emprego, e uma produtividade estagnada. O crescimento anêmico, quase vegetativo, que o Boletim Focus prevê para os próximos anos, não é acidente; é a consequência direta de uma agenda que prioriza o populismo de curto prazo em detrimento da sustentabilidade e da competitividade de longo prazo. O Brasil, infelizmente, segue a cartilha de governos que optaram por inflar o Estado em vez de libertar o empreendedor.
É preciso ser claro: a atual gestão, ao replicar modelos de governos anteriores do PT, está empurrando o país para uma armadilha de baixíssimo crescimento e altíssima incerteza. A insistência em narrativas ideológicas sobre a responsabilidade fiscal e a intervenção estatal no mercado afasta o capital produtivo, desestimula a inovação e impede a modernização da nossa economia. A perda de fôlego generalizada nos setores produtivos é a síntese de um ambiente onde quem produz e investe não encontra segurança jurídica nem previsibilidade econômica. Com cofres públicos desequilibrados e uma dívida pública bruta que atingiu 76,1% do PIB em maio de 2025, com perspectiva de fecharmos o ano em 90% do PIB. Visivelmente estamos, de fato, sacrificando o futuro do país por ilusões e miragens passageiras.
E como se o cenário doméstico já não fosse preocupante o suficiente, o mundo nos observa. Em um contexto geopolítico tenso, a fragilidade econômica interna torna o Brasil alarmantemente vulnerável a choques externos. Imagine, por um momento, a catastrófica possibilidade de uma ampliação de sanções econômicas por parte dos Estados Unidos, o maior mercado e investidor do mundo. Uma economia já cambaleante, com cofres públicos desequilibrados e dependente de capital externo, seria devastada. Veríamos uma fuga massiva de investimentos, o crédito internacional secaria, a nossa já depreciada moeda sofreria um colapso ainda maior, e a inflação explodiria. As exportações seriam penalizadas, as cadeias de suprimentos rompidas e a capacidade de o país honrar seus compromissos internacionais seria posta em xeque.
Uma situação assim precipitaria o Brasil em uma recessão profunda e prolongada, com desemprego em massa, aumento exponencial da pobreza e um retrocesso social de décadas. Não é um exagero; é uma análise fria das consequências de políticas que desconsideram os fundamentos econômicos e a dinâmica global. O risco é real e palpável. Para evitar esse desfecho trágico, o Brasil precisa, urgentemente, resgatar a disciplina fiscal, abraçar verdadeiramente uma agenda de liberalização econômica para restaurar a confiança do mercado. Qualquer outro caminho é uma aposta criminosa impactando negativamente o futuro de milhões de brasileiros.
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