Trump assina ordem executiva que implementa tarifa de 50% sobre o Brasil

Núcleo de Notícias
30 de jul.
3 min de leitura

Casa Branca aponta julgamento de Bolsonaro e ações do ministro Alexandre de Moraes como ameaças à liberdade e aos interesses dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que eleva significativamente as tarifas comerciais impostas ao Brasil. A medida acrescenta uma nova tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a taxação total para 50%. O decreto traz algumas exceções, como o suco de laranja e outros produtos agrícolas, petróleo e derivados, metais e peças de aeronaves. A decisão deve entrar em vigor no dia 1º de agosto* e foi fundamentada em ameaças à segurança nacional, à política externa e à economia americana, segundo comunicado oficial da Casa Branca.

A ordem tem como base a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, usada por presidentes americanos em situações que envolvem riscos ou violações sérias por parte de governos estrangeiros. No caso brasileiro, o governo dos Estados Unidos aponta ações do governo Lula como atentatórias às liberdades civis e aos direitos das empresas americanas no país.

Entre os principais pontos mencionados está o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, classificado pelos norte-americanos como um processo de motivação política. A administração Trump acusa o Estado brasileiro de cometer violações graves de direitos humanos, além de utilizar o aparato judicial para reprimir opositores.

O comunicado também faz referência direta ao ministro Alexandre de Moraes, recentemente incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, acusado de impor práticas coercitivas contra empresas norte-americanas. A Casa Branca afirma que o ministro Moraes forçou plataformas digitais a censurar conteúdos, entregar dados de usuários e alterar regras de moderação sob ameaça de penalidades severas, como congelamento de ativos e proibição de atuação no Brasil.

Segundo o presidente Donald Trump, as novas tarifas têm como objetivo conter essas ações autoritárias e proteger os interesses estratégicos dos Estados Unidos. “Ao impor essas tarifas para enfrentar as ações imprudentes do governo do Brasil, o presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira”, destaca o comunicado.

A Casa Branca também enfatizou que a decisão visa preservar a liberdade de expressão de cidadãos americanos e defender as empresas dos EUA da censura imposta por autoridades brasileiras. A escalada nas tensões comerciais marca um novo capítulo no já deteriorado relacionamento diplomático entre os dois países, que vem se agravando desde julho, quando Washington começou a revisar seu posicionamento em relação à atuação do governo Lula.

*Ainda não há clareza se a ordem executiva possui efeito imediato ou se entrará em vigor no dia 1º de agosto, conforme sinalizações anteriores do presidente Donald Trump.

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